Em entrevista ao INPUT, o analista do CPI Dimitri Szerman explica a iniciativa, que acontece no Sul da Bahia
Incentivar produtores rurais a reflorestar a Mata Atlântica em suas propriedades. Esse é o principal objetivo do projeto Sul da Bahia, uma parceria do Climate Policy Initiative (CPI), através do projeto INPUT, com a Brown University, o Instituto Floresta Viva e a Universidade Estadual de Santa Cruz. A iniciativa, que teve início em 2015, prevê o pagamento por serviços ambientais a produtores rurais da Região Cacaueira da Bahia. Até o momento, cerca de 3000 produtores foram selecionados. Dimitri Szerman, analista do CPI, coordena a parte do trabalho relacionada a questões econômicas. Em entrevista ao INPUT, ele explica o projeto em detalhes.
INPUT: Qual é o objetivo do projeto Sul da Bahia?
DIMITRI SZERMAN: Esse é um projeto de pagamentos por serviços ambientais, com dois objetivos principais. Primeiro, o de entender como motivar proprietários rurais a reflorestar as suas propriedades com espécies da Mata Atlântica. Segundo, queremos aprender mais sobre os processos de regeneração da vegetação nativa desse bioma. Na interseção dessas metas, está a questão do desenvolvimento rural de maneira sustentável e em conformidade com o Código Florestal.
INPUT: Quem faz parte dessa parceria? E qual é a contribuição do CPI?
DS: Esta é uma colaboração entre o CPI, a Brown University, a Universidade Estadual de Santa Cruz e o Instituto Floresta Viva. O time de pesquisadores é multidisciplinar – há ecólogos, agrônomos, uma socióloga e eu, que sou economista. A contribuição do CPI é desenhar os incentivos monetários para restauração e analisar as escolhas feitas pelos produtores rurais.
INPUT: Como está sendo a recepção do projeto pelos produtores rurais?
DS: Muito boa. Já estamos coletando dados no campo há um ano. Sorteamos 3000 produtores da região para participarem do projeto. A maioria aceita conversar com a nossa equipe e já fizemos duas entrevistas com cada um deles. Em grande parte, a boa taxa de participação se deve à qualidade da equipe de campo do Instituto Floresta Viva, que é o parceiro implementador do programa. Foram selecionados 16 jovens agrônomos da região, recém-graduados pela Universidade Estadual de Santa Cruz, para realizar a pesquisa. É uma equipe excelente em várias dimensões.
No momento, estamos realizando um teste piloto com 40 produtores para fazer alguns ajustes no planejamento e nos protocolos de campo. Em breve, realizaremos a terceira rodada de entrevistas, quando faremos a oferta do nosso programa de pagamentos por serviços ambientais, que terá a duração de três anos.
INPUT: Qual é a contrapartida dos produtores rurais que receberão recursos para reflorestar suas propriedades?
DS: Eles devem destinar meio hectare de seus imóveis para a restauração e cuidar dessa área para que a regeneração aconteça. Isso envolve remover espécies que não sejam lenhosas, plantio de mudas e, em alguns casos, o cercamento da área para que o gado não circule por ali. É um cuidado constante. Em algumas áreas, em geral as mais secas ou onde as pastagens prevalecem há muitos anos, o desafio é maior.
“Um dos empecilhos para o reflorestamento
é a disponibilidade de mão de obra”
INPUT: Em que localidade na Bahia o grupo de trabalho está atuando no momento? Com que frequência você tem viajado à Bahia e com qual finalidade?
DS: O projeto acontece em 26 municípios da Região Cacaueira da Bahia. Tenho viajado em média a cada três meses, para assistir de perto o trabalho de campo. Acompanho visitas a alguns produtores e converso diretamente com a equipe, para entender melhor a realidade do campo. A comunicação com a equipe da Bahia é fundamental para a qualidade final do trabalho, pois eu tenho que entender o que está se passando no campo e eles têm que entender as necessidades do projeto.
INPUT: Explique, em linhas gerais, a metodologia aplicada neste projeto.
DS: A metodologia é a mesma de um ensaio clínico controlado, conhecido por Randomized Controlled Trial (RCT). Essa abordagem é cada vez mais utilizada na avaliação de políticas públicas e também conhecida como “avaliação de impacto aleatorizada”.
A ideia é testar diferentes tipos de incentivos para o reflorestamento, e diferentes métodos de reflorestamento. Para isso, os 3000 produtores são sorteados para receber tipos diferentes de incentivos. Com isso, podemos isolar os efeitos de cada tipo de incentivo sobre a aceitação do programa de reflorestamento, bem como o seu cumprimento.
INPUT: Já há resultados preliminares?
DS: Ainda estamos analisando alguns dados, mas já temos uma boa descrição do perfil desses produtores. Algumas características são surpreendentes. Por exemplo, a idade média deles é de 59 anos, superior ao que esperávamos encontrar.
Também vimos que um dos empecilhos para o reflorestamento é a disponibilidade de mão de obra. Cuidar dessas áreas e plantar mudas dá trabalho! Se você é um pequeno produtor no meio rural, achar pessoas para trabalhar na sua propriedade nem sempre é fácil. Outra coisa que aprendemos é que com a seca que atingiu a região no ano passado, muitos produtores começaram a entender melhor a importância da floresta para a resiliência das suas lavouras. Vamos ver até que ponto isso muda as atitudes deles para o reflorestamento.
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