O Cerrado brasileiro, por sua posição geográfica e características ecológicas, tem importância fundamental para a sociedade brasileira e a agricultura que se desenvolve no seu entorno. Seu efeito “caixa d’água”, como mantenedor de grandes reservatórios hídricos, sua biodiversidade e sociodiversidade fazem do bioma um ambiente único no contexto da América do Sul. Será no Cerrado, por sua aptidão para receber a agricultura moderna e sua capacidade para alimentar o mundo, onde os grandes desafios deverão se manifestar nas próximas décadas.
A melhor forma para enfrentar o desafio de conciliar a crescente pressão sobre o aumento da produção de alimentos com medidas de conservação ambiental no Cerrado é aportar o melhor conhecimento científico disponível e trazê-lo para a mesa de debate.
É neste contexto que a Agroicone promove o estudo “Análise Geoespacial da Dinâmica das Culturas Anuais do Bioma Cerrado – 2000 a 2014”, realizado pelos pesquisadores Bernardo Rudorff e Joel Risso, da Agrosatélite, e cujas principais conclusões estão sintetizadas neste documento.
A análise levantou dados georreferenciados sobre o bioma, permitindo entender a dinâmica de ocupação agrícola e uso do solo entre 2000 e 2014, período de grande avanço da produção agrícola na região, com destaque para a soja. Os pesquisadores apresentam uma visão inédita da região, estratégica para a expansão do agronegócio nacional, assim como para os desafios da conservação. É no Cerrado que se encontra o maior estoque de terras aptas para a agricultura hoje. Trata-se de um olhar o mais completo possível, que enxerga soluções capazes de orientar a agricultura para as áreas aptas ainda disponíveis, comparando as melhores oportunidades em termos de solo e clima, sobretudo para a soja. Com menor foco, o trabalho também mapeia as áreas de expansão das culturas de milho e algodão.
Uma das principais sinalizações do estudo é mostrar a oportunidade para o agronegócio expandir a produção de soja para áreas que já foram ocupadas por pastagens, sem a necessidade de novos desmatamentos. Nos últimos dez anos, a dinâmica de expansão da agricultura sobre o Cerrado foi feita, essencialmente, sobre áreas já antropizadas (74%), ou seja, que foram transformadas pela ação do homem. Em todo o bioma, ao menos 33,4 milhões de hectares de áreas antropizadas teriam hoje condições de se converter em agricultura de grãos. Iniciativas de intensificação sustentável da pecuária no Cerrado são extremamente relevantes e estratégicas para acomodar os novos desafios territoriais, sem prejuízo dos remanescentes de vegetação. As fronteiras agrícolas consolidadas têm demonstrado que este processo já está em curso e com grande potencial para promover a transição pecuária-soja sobre áreas de pastagem.
Na última década, mais da metade da expansão agrícola no Cerrado se deu sobre áreas de pastagem, exceção feita à região do Matopiba (confluência dos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) que, por não dispor de áreas antropizadas com aptidão para a agricultura, teve a maioria da expansão sobre áreas de vegetação nativa.
Para esta publicação, a Agroicone identificou a aptidão agrícola nas pastagens, a partir do cruzamento de dados, para sinalizar os caminhos para a ocupação do Cerrado. A análise indica ainda as áreas de Cerrado com vegetação nativa onde não há aptidão para o plantio, mas que podem muito bem servir para a compensação florestal ou para a conservação em áreas privadas para o cumprimento do novo Código Florestal.
O trabalho realizado pela Agrosatélite, espécie de zoneamento da produção, pode, da mesma forma, ser uma excelente ferramenta para o planejamento da conservação, sem entrar em choque com os interesses territoriais da agricultura no Cerrado.
A contribuição da Agroicone com esta publicação consiste em dar visibilidade para o bioma, disseminando e traduzindo informação qualificada, como forma de enriquecer as estratégias que definirão os contornos da agricultura sustentável no Brasil e no Cerrado.
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