O crédito rural é fundamental para o financiamento do agronegócio brasileiro, com os montantes
de crédito estabelecidos anualmente nos planos governamentais correspondendo a cerca de
30% do valor total da produção agropecuária no país.
Análises anteriores realizadas por pesquisadores do Climate Policy Initiative/Pontifícia
Universidade Católica do Rio de Janeiro (CPI/PUC-Rio) destacaram as ineficiências do crédito
rural no Brasil, assim como os caminhos para melhorar a política Públicaw. Esses estudos
avaliaram os impactos do crédito rural sobre a produtividade agropecuária e o uso da terra.
As evidências empíricas sugerem que o crédito rural aumenta a produção e a produtividade na
agropecuária. Ao aumentar a oferta de crédito nos municípios, alternativas menos produtivas
são substituídas por outras mais produtivas, com conversão de pastos em cultivos agrícolas.
A intensificação da produção reduz as pressões por desmatamento. Essa avaliação do crédito
rural foi desagregada em três dimensões importantes: linhas de crédito, tipos de produtores e
finalidade do empréstimo. Os resultados mostram que os padrões encontrados de aumento da
produtividade agropecuária com redução do desmatamento para o crédito rural no Brasil são
mais relevantes para pequenos produtores em comparação com grandes produtores.
O objetivo do presente trabalho é estender a análise dos trabalhos anteriores e aprofundar a
compreensão dos impactos do crédito rural, detalhando os resultados encontrados por bioma
brasileiro: Amazônia, Cerrado, Pampas, Mata Atlântica e Caatinga. A análise também é
realizada por tipo de produto, comparando os impactos do crédito em grãos com os impactos
em outras culturas.
Dada a diversidade de vegetação nativa, produção agropecuária, potencial agrícola, clima e
tipo de solo, é esperado que os impactos do crédito rural sejam diferentes entre os biomas
brasileiros. Enquanto a maior parte dos biomas apresentam aumento da produção agropecuária
em resposta a um aumento de crédito, os impactos sobre o uso da terra são maiores na
Amazônia e no Cerrado. Nesses dois biomas, o crédito rural impulsiona a atividade agropecuária
ao mesmo tempo em que reduz a pressão por desmatamento da vegetação nativa.
PRINCIPAIS RESULTADOS
Na Amazônia, o aumento do crédito rural leva a uma expansão da área destinada à agricultura,
mas a uma redução maior de áreas de pastagem. O efeito líquido é um decréscimo da área total
destinada a agropecuária, aliviando a pressão por desmatamento. Dessa forma, a disponibilidade
de crédito resulta em maiores áreas de floresta natural. É observado que o crédito leva também
a um aumento na produção agrícola, mas a uma queda na produtividade da agricultura,
possivelmente devido à expansão para terras menos propícias a cultivos ou com pior tecnologia e
infraestrutura de produção. No caso da pecuária, o número de cabeças de gado aumenta apesar
da diminuição das áreas de pastagem. Como consequência, há um aumento de produtividade na
pecuária.
No Cerrado, os efeitos do aumento do crédito sobre o uso da terra vão em direção semelhante
aos observados no bioma Amazônico: mais crédito rural está associado à expansão de áreas de
cultivo sobre áreas de pastagem. O efeito líquido é a redução de áreas destinadas à agropecuária
e, com isso, menor pressão de desmatamento da vegetação nativa. Há expansão de produção
agrícola, mas a produtividade na agricultura se mantém a mesma. Isso pode indicar que a
agricultura no Cerrado já opera com técnicas e condições de produção bem desenvolvidas e
com alta produtividade. Já a pecuária apresenta um importante aumento de produtividade em
resposta ao aumento de crédito rural.
Na Mata Atlântica, os resultados mostram que aumentos no crédito rural levam à redução de
áreas de cultivos agrícolas e aumento de florestas plantadas. Não há efeitos significativos sobre
a produção agrícola, mas há aumento de produção pecuária e de produtividade da terra tanto na
agricultura como na pecuária.
Nos Pampas, as evidências indicam que o crédito rural gera a expansão de área de cultivos, sem
mudanças significativas nas áreas de pastagem. Há aumento de produção e produtividade na
agricultura, mas não há efeitos significativos na pecuária.
Já na Caatinga, o aumento do crédito está associado com redução de áreas de pastagem e
aumento de produtividade na agricultura e na pecuária.
Quando comparados à Amazônia e ao Cerrado, o impacto do crédito sobre o uso da terra é mais
limitado na Mata Atlântica, Pampas e Caatinga. No entanto, nesses três últimos biomas o crédito
rural está associado ao aumento de produtividade agrícola.
No recorte por tipo de produto, quando um município tem mais crédito rural disponível os grãos
têm aumento de produção e de produtividade substancialmente maiores que as demais culturas.
No período analisado, entre 2002 a 2018, os grãos experimentaram um boom e, portanto, foram
mais atraentes para os recursos disponíveis nos municípios.
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