521.204 km2
51
1,4 milhões
71,4%
28,6%
R$ 32,5 bilhões
R$ 16,3 mil/habitante
R$10 bilhões
A Bacia do Tapajós passa por grandes transformações. Grandes projetos de infraestrutura, como estradas, portos e 42 usinas hidrelétricas têm remodelado as economias locais. Porém, também têm levantado sérias questões referentes à conservação desta parte da floresta amazônica.
O desenvolvimento pode trazer benefícios para a região. As estradas e portos têm o potencial de reduzir custos associados ao escoamento da produção da região Centro-Oeste do Brasil. Isso pode gerar impactos positivos para as cadeias de produção da soja e da carne bovina. Além disso, as novas usinas podem auxiliar o país a atender sua crescente demanda por energia elétrica a um custo relativamente mais baixo e com menos emissões de carbono. Entretanto, há controvérsias associadas a esses projetos, considerando o histórico do Brasil em relação a políticas de infraestrutura.
Tapajós também vem sendo pressionada pela expansão da fronteira agrícola. Estima-se que as indústrias do gado, da soja e da exploração madeireira continuem a crescer com o avanço das obras. A criação de gado na bacia representa, hoje, 5% do rebanho nacional e está se ampliando, tanto em quantidade quanto em extensão de sua área e participação relativa do setor. A produção de soja também se expande rapidamente: nos últimos 10 anos, a porção de terra dedicada ao grão aumentou em 61%. Atualmente, a colheita de Tapajós constitui 15% da produção de soja do país. Além disso, a produção de madeira na região registrou um aumento de 60% entre 2002 e 2012, o que aumenta a pressão na região.
Em um esforço paralelo a essa política desenvolvimentista, áreas protegidas e territórios indígenas compõem quase 40% da bacia. A criação de muitos desses territórios fizeram parte de uma estratégia para conter o avanço do desmatamento na Amazônia. Além disso, as propriedades privadas dessa área do bioma estão sujeitas a regulamentação ambiental mais rigorosa.
O desenvolvimento, porém, não é novidade na região. Sucessivos ciclos de exploração ocorrem desde o século XVII, variando desde a extração de especiarias até os ciclos da borracha e do ouro, que precedeu outras formas de mineração. No entanto, o que mais provocou o aumento da migração para a bacia foi a criação das rodovias federais, na década de 1960. Políticas agrárias instituídas após a construção das rodovias criaram vários assentamentos ao longo das estradas. Hoje, há mais de 140 mil pequenos agricultores na região, sendo que a maioria é de baixa renda. É provável que este segmento vulnerável da população brasileira seja o mais afetado – positiva e negativamente – pelas mudanças que acompanham os projetos previstos.
Direitos de propriedade também já se tornaram questão importante na Bacia do Tapajós: 33% das propriedades não estão ocupadas ou são devidamente tituladas. A documentação irregular tem dificultado a aplicação da legislação ambiental e são uma barreira para a implementação do novo Código Florestal. Tanto os produtores quanto a região em si poderão perder oportunidades consideráveis para o avanço da produção e da proteção, pois é mais difícil para os assentados sem titulação se estabelecerem nas novas cadeias de valor globais. Apesar da introdução de algumas políticas voltadas à solução desse problema, grandes desafios permanecem.
A Bacia do Tapajós, incluindo as bacias dos seus afluentes, abrange dois estados e dois biomas. A parte contida na Amazônia, incluindo toda a área da bacia no Pará e até aproximadamente metade do Mato Grosso, é essencialmente composta por floresta tropical densa de alta precipitação e solo infértil, contendo biodiversidade abundante. O Cerrado que faz fronteira com esta parte da Amazônia é tido como a savana de maior biodiversidade e mais endêmica do mundo. Em conjunto, as regiões contêm mais de 1.000 espécies de árvores e 1.727 espécies animais. No entanto, grandes projetos de infraestrutura são esperados para a bacia na próxima década, o que poderia comprometer este patrimônio natural. Até 2013, 19% da área da bacia havia sido desmatada, a maioria (76%) dela no Mato Grosso. Só na última década, uma área equivalente ao tamanho do Nepal foi desflorestada. Se esses planos forem adiante, é especulado que o desmatamento indireto na região chegue a 11 mil km².
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